quarta-feira, 23 de maio de 2012

Corrida da Ponte 2012

O verdadeiro teste de qualquer escolha é: "Eu faria a mesma escolha outra vez?" Ninguém pode ver além de uma escolha que não compreende.
(O oráculo - Matrix revolutions).

Quem não se lembra a dureza que foi a corrida da ponte em 2011? Se não sabe, veja aqui

A prova ficou entalada, sofri muito pra completar, e prometi que só a faria novamente daqui vinte anos...mas eu tenho o coração fraco, e não consigo deixar amigos em furada sozinhos. Foi assim, quando o melhor guia turístico de BH, Marcos Basílio, me avisou que estaria na corrida novamente. Ele sofreu mais do que eu em 2011, então, não poderia deixá-lo superar isso tudo sozinho. Na mesma hora fiz a inscrição. Escolhi a pílula vermelha outra vez.

Avisei a todos que sofreram como eu no ano passado, que tiraria o atraso, e se topariam o desafio. Muitos deixaram para 2013. Eu ainda estava de ressaca da K21 em Arraial, e depois dessa, as meias maratonas no asfalto não parecem mais ser tão difíceis...o objetivo para essa era um só, completar sub-2h.

E não é que tive companhia de honra para a missão!! Elis dificilmente diz não quando desafiada, ainda mais que incorporou o espírito Júlio Cordeiro, querendo tirar fotinha que ganhou de tal e qual apontando o dedinho de número um e fazendo os outros apontarem dois e três, me chamou pra briga...

Nos encontramos na largada, aquecemos na companhia dos amigos de BH, Meire e Marcos (sempre muito bom receber a visita dos amigos e botar o papo em dia, e ainda receber guloseimas das Gerais...obrigado queridos, o empório agradece), ela novamente puxaria o pace do seu bonitão. Com isso, eu já estava feliz antes da largada, pois ia ganhar novamente de Meire, coisa rara demais na minha carreira...a caridade dela me salvou novamente...perdeu Meiroca.

No alinhamento da largada falei com Elis, quem tiver a playlist mais animada vai ganhar!! Sai com tudo, se é que se pode sair assim no meio de tanto tumulto (eles até tentaram organizar uma largada por ritmos, mas no meu caso, não funcionou). Pelo canto da pista fluia melhor, e consegui o primeiro km em cinco minutos, era até melhor do que eu esperava. Mantive a pegada no acesso a ponte, e ao passar pela cabine do pedágio, encontro com o Xará, ele seria um excelente coelho, se eu não estivesse como o mengão, "sem freio". Conversamos um pouco, lamentamos pelo Pangaré Paulista não estar ali conosco, e segui na toada, atravessando por baixo da ponte e agora no fluxo do movimento, rumo a subida do vão central.

Tinha colocado na vitrola uma seleção das indicações dos amigos dos anos anteriores, e lembrava de cada um quando entrava na agulha. Na descida do vão central, uma beleza para ir na banguela e sem freios, entra a música Human, lembrei da Ingrid, eu eu cantava alto (Are we human? Or are we dancer?). Naquele instante, Elis encostou, ai eu soltei a perna mais ainda, ela iria me passar!! Mulher fera demais na subida, tirou a frente toda que botei antes da subida do vão central.

Ainda na descida maravilhosa do vão central, com direito a ventinho e tudo, cantando ao som de Frejat "Meus Bons Amigos", passo pelo casal bonitão, e grito para soltarem os freios, como poderiam perder uma descida daquela sem estar na banguela? Aproveito para sorrir e dar tchauzinho pra Meire.

Passei no km 10 com 54 minutos. Até então, tudo dentro do esquema. No km 11, um foguete passa por mim sem falar nada, só deixou poeira. Elis estava tão concentrada que nem percebeu a ultrapassagem. Não poderia perder a madame de vista, e tive que suar a camisa para ficar sempre com ela na visada.

Chegamos no 14km com 1h17. Lembrei do Walter, estava dentro do prazo abaixo de 1h20 na parcial da maratona para o sub4, apertado, mas ainda vivo. E ali começaria o pior trecho, a perimetral. Gatorade salvador no km 15, deu vontade de fazer como Paulo Picanha, colar a barriga na banca e saborear vários copos, mas não podia dar moleza, a moça já tava lá na frente. eu pensava, ela vai aguentar manter a pegada?? Tá correndo muito!!

Os amigos baleias da equipe chão do aterro, Lourenço e Denise, mandam recomendações a Miguel, pensando que eu fosse de MG, mas as encomendas chegam a BH de outra forma. Agradeci a gentileza e seguimos rumo ao 16km.

A distância para Elis vai cada vez menor, e no km 19 emparelho. Ela leva um susto, pensei que você estava lá na frente, diz ela!! Ai eu disse, então tá explicado porque você tava correndo tanto né!!?? Era pra me pegar! E seguimos juntos até o final, completando abaixo das 2h, conforme o planejado. Para ser preciso, 1:59:44 eu, e 1:59:45 ela. Quase um empate técnico!

Ano que vem estarei na ponte novamente, Ivana ficou de fora, e já confirmou que volta em 2013 para dar o troco na ponte. Eu não deixo amigos em furada sozinho. Ivana, vamos para sub2!!!

A corrida foi impecável, água de sobra, organização exemplar e o clima ajudou. Baixei em 30 minutos com relação ao ano passado. Menos uma no gogó.

Elis, estamos empatados no RJ. Vamos para o ranking do Júlio na Maratona em Julho!!! Que Walter nos conduza!! E obrigado pelo corridão!!!

Drica minha afilhada querida, sem você, não teríamos registro nenhum!!! Valeu!!

Miguel, faltou você! Foi nessa prova que você me batizou de Dom, e olha que dessa vez eu falei pelos cotovelos!!

Amigos, botem no calendário para 2013. É a única chance de atravessar a ponte com as pernas!! Ela é chata, monótona, retões sem fim, calor, etc, etc, mas nóóóóóó, é bom dimais!!! (essa foi pra você Lana!)



Chegando!! Força nas batatas, meu momento Lula.

Momento Júlio Cordeiro - Sina de Vascaíno é ser vice!

Perdeu também Meiroca!

Turma boadimais!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Bolão do Brasileirão 2012


Vamos ver quem de fato entende do riscado, quando o assunto é futebol.

Criei um bolão do brasileirão, e convido os amigos a participarem. Cadastrem no site e façam os palpites. Não recomendo palpitar todas as rodadas por agora, as coisas mudam. Chamem os amigos.


O campeão ganhará um prêmio bacana, podem confiar.

Aguardo vocês lá.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

K21 Arraial do Cabo 2012

A adversidade tem o efeito de despertar talentos que, em circunstâncias prósperas, teriam continuados adormecidos (Horácio)

Que prova!! Busco sem sucesso uma definição para o que foi essa K21. Aliás, para o que foi esse final de semana, na companhia de pessoas tão especiais.

Foi dura demais a prova, mas era isso que queria. Búzios estava entalada na garganta, e aprendi com ela que provas de aventura é correr para chegar, para cruzar a linha...sem tempo, sem adversários, é briga sua, contigo mesmo, com os seus limites e pensamentos. E essa foi boa demais, tanto que ainda estou de ressaca. Arrisco dizer que foi a primeira meia  que fiz com status de inteira.





Até corri com a máquina fotográfica, e disse a mim mesmo que toda a vez que falasse como a Clara, filha da Lana "Nóóóóó!! Bom dimais!" Tiraria uma foto. Poderia ser para  as dificuldades ou para as belezas do percurso a interjeição. No entanto, em menos de 1km de prova, pude constatar que se continuasse com essa estratégia, iria ficar só fotografando, e não correria nada.


Vencidos os 500m de areia fofa da largada, paramos em fila indiana para subir a primeira trilha do percurso. Ali engarrafou geral, e é impressionante como as pessoas são afoitas e mal educadas...parecem que vão ganhar a corrida. Ficamos ali parados, contemplando tudo por um bom período de tempo. O suor escorrendo, fui limpar as vistas, esquecendo completamente que as mãos estavam com vestígios de salompas...ardeu muito, e dali em diante, me senti o Saramago no seu ensaio sobre a cegueira. Em muitos trechos, tive que fechar os olhos e ir no escuro, e em todos os postos de hidratação, refrescava as vistas. Foi daí que veio a citação de Horácio. Agradeço muito a Elis o suporte até onde foi possível. Ela foi uma grande mãe.


Falar do percurso é cair em lugar comum. Então vamos falar de ser Baleias. Essa camisa chama a atenção e você não passa despercebido de forma alguma. Quantos não me perguntavam se o Miguel estava na prova. Uma moça do Paraná perguntou se eu era de Curitiba, pois afirmava que essa equipe era de lá! Japa, Vini, e-zilda e Valdeci fazem sucesso! Assim como em Londrina, agradeci a ela a oportunidade, e, uma vez mais, disse que somos do Universo. Óbvio que não deixei de perguntar se ela conhecia Tabira, pois temos Baleias lá!!. Júlio Cordeiro, acho que já mereço um título de cidadão Tabirense, fala com Dedé Monteiro. Tabira já entra no google maps com nossa divulgação.


Correr desviando de muitas poças, ver a galera mais rápida já retornando, descer numa pirambeira que dá acesso a uma praia maravilhosa (prainhas), correr numa areia que parece ser feita de sal, subir a piramba que havia descido e parar lá em cima para beber água e lavar os olhos, e ser filmado mortão por um repórter, e ainda dizer a ele, não dá para sorrir!! E ouvir da Elis, "mas está bom demais"!! Não tem preço. E isso com apenas 6km de prova.


Levo um tombo de cinema na trilha que dá acesso a praia dos anjos (km 8-9), até hoje não entendo como o braço não quebrou, e a gente ri das nossas limitações, é engraçado. Ali eu tive que tirar uma foto. Chegamos na praia dos anjos, local da transição das duplas, metade do caminho infelizmente já foi, tomo isotônico à Paulo Picanha e aproveito Elis para mais uma lavada nas vistas.


Após vencer o trecho mais duro até então, a subida da escadaria da praia dos anjos e o morrão sem fim que vinha em seguida (km 11-12), sou surpreendido por uma mulher fazendo uma pregação sozinha no meio do mato. E não é que ela disse que se tivesse fé diria para o morro para ele sair e ele sairia...naquele momento, estava sem fé e forças, tive que enfrentar o morro mesmo.


Ficava só pensando, e o meu amigo imperador Claudio 'Lucius' Dundes, ele vai passar mal quando passar por aqui, o cara veio para cá sem treinar nada!! Eu esqueci que o cara era gordo, e os gordos são fortes!


Chegamos na prainha, o trecho FPC. Para chegar  nela, passar pelo costão de pedras com o mar abaixo de você, correr naquela praia linda, e depois se acabar subindo o morro das antenas. É muito sofrimento do bão!!


Contorna-se um lago (eu esperava ter que atravessá-lo!, mas infelizmente não foi preciso), e volta-se para trilhas, até chegar a um trecho pseudo-urbano, onde uns motoristas estavam impacientes...como sempre faço nessas ocasiões, dei tchauzinhos e beijinhos para a rapaziada, hoje eles tinham que esperar, para entrar então na extinta fábrica da Álcalis, e dali saber que o fim estava próximo. Do alto já avistava a praia grande, e isso dá um gás para buscar forças do fundo do pote. O último km praticamente na areia fofa da praia, mas com a agitação da torcida, passa rápido demais. Fui olhando para o mar e agradecendo a Deus pela oportunidade de viver tudo aquilo.


Chego e sou recebido pela mãezona, preocupada com minha vista. Pego a medalha e vamos direto no posto médico, precisava lavar muito bem aquele estrago que fiz nos olhos. 


Ficamos vendo todos chegarem, esperando a chegada do imperador e da Ivana, que foi a coisa mais emocionante que já vi...fomos todos lá na areia buscá-los e chegamos juntos, com honras militares. O gordão foi mais celebrado que o primeiro colocado! Essa turma não existe!


Enquanto essa prova existir, eu estarei nela!! Queria ver o back-to-back, invertendo o percurso, "nóóóóóó, bom dimais!!"























Homenagem a Ivo Cantor - Urubu Malandro, com postura e língua pra dentro












Ficaram noivos na prova!! E vão casar na maratona de PoA!




Finalizo o relato trazendo o TopDez do final de semana super incrível, não necessariamente em ordem cronológica ou de importância...(Gilmar, minha memória 'Rã' já não é mais um sapo, me dê um moleskine de presente para guardar essas coisas?)

1. Ser acordado pela chegada triunfal de Claudio Lucius ao apartamento, às 2h da manhã, no dia da corrida, ficar conversando alto com ele até 3h30, e depois não conseguir dormir mais e ainda ter de ouvir sua performance como Spalla.

2. Ver Elis enfrentando as ondas e curtindo a aula de como pegar um jacaré. Quem diria que ela tinha medo de mar tempos atrás?

3. Lana é psicóloga por natureza, e saber da dica que ela deu para uma senhora simpática que conheceu na praia (naquele momento), de 70 anos, para acabar com as dores (essa foi o Oscar!!), isso fez Elis não ter onde enfiar a cara.

4. A zona que foi aquele passeio no trenzinho, e a super performance do marrento homem aranha (o melhor do universo) ao som de Juninho Bill.

5. A desenvoltura de Tadeu no fogão, depois de encarar um pote de 500ml de vaselina do gordo exagerado. Lana diz que faz escondidinho de carne de sol (ficou devendo). Não creio, terá que provar!! Para mim, é Tadeu o cozinheiro da casa. Mandou muito bem no almoço meu camarada! Contratado para sempre.

6. Derrubar um potão de 400ml de açaí na companhia de Dundes, depois de comer muita picanha, e ainda aferir que o gordo emagreceu pelo menos 4kg nessa orgia toda.

7. Assistir uma cena erótica na sorveteria do China, enquanto esperava o açaí,  e ainda levar um esporro do mesmo dizendo que aquilo era um clipe do pink floyd.

8. Ver a cara de surpresa de Lana, ao blefar, chamando dois loucos para um banho de mar às 7 da manhã. Crente que íamos dizer não!! Teve que ir!! E foi bom demais.

9. Matar as saudades das minhas pequenas, brincando com as pequenas alheias, Dodo e Sofia, até cangutão eu fiz com Sosso, e ambas me fizeram de prancha nas ondas.

10. Saber que não demora, temos isso tudo de novo!! Friburgo!!!! E antes ainda, Rio de Janeiro!! nóóóóóóóóó