quarta-feira, 23 de novembro de 2011

a.M. / d.M.

No último fim de semana, recebemos em Rio Bonito a visita de ilustres amigos. Guilherme Maio, que devia esta visita desde a primeira vez que nos hospedou em SP por ocasião da São Silvestre, em 2008, e o Xará Antônio Ricardo, que sumiu das quebradas em virtude de um primeiro encontro com as montanhas nada dadivoso, e precisava reverter essa má impressão.

O clima ajudou, e saímos para encarar as subidas I-V por volta das 16hs.

O coelho paulista caprichou nos primeiros quilômetros e, graças a ele, o record do percurso foi batido em 4 minutos. As ladeiras se rendem ao Antes de Maio / Depois de Maio. Chegamos ao final da V com 56 minutos, percorrendo os 7,5km que nos separam das alturas.

Isso porque no regulamento da escalada, não podemos fazer aos moldes de Paulo Picanha e parar o cronômetro quando paramos estrategicamente ao final do trecho III para hidratação. Picanha pára o cronômetro para cagar nas maratonas, ai não vale.

Os cachorros da II ficaram animados com a presença de carne nova, e vieram com tudo para saborear as iguarias importadas.

Foi uma tarde muito agradável, com corrida, papos em dia e carboload. Agradeço ao Guilherme a 'lembrança' que trouxe de NY. E ao xará, por topar o programa de índio e vir para uma aventura com cheiro de bosta de boi.

Voltem sempre, com mais calma, para pernoitar no acampamento. Viraram aprendizes de Xerpa...na próxima, chegaremos na rampa. Guilherme, seus simulados de subidas em SP precisam de revisão após essa aventura.

Registro da brincadeira.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Colocando a literatura para correr I

Esse é filho desse.

Como disse no post anterior, vou usar esse espaço para colocar uns livros para correr.

E o primeiro deles é um clássico no assunto do nosso interesse. Do que eu falo quando eu falo de corridas, de Haruki Murakami.

Algumas passagens dele com que me identifiquei....muitas outras ficaram de fora para trazer um ar de suspense e curiosidade na sua leitura.

"Competir contra o tempo não é importante. O que promete ser muito mais significativo para mim hoje é o quanto posso me divertir, se consigo terminar os quarenta e dois quilômetros com um sentimento de contentamento. Apreciarei e valorizarei coisas que não podem ser expressas em números, e tentarei capturar um sentimento de orgulho que deriva de estar em lugar ligeiramente diferente."

"Divirta-se!, eu lhe respondo em meu e-mail. E é isso mesmo: para que uma maratona signifique alguma coisa, ela precisa ser divertida. De outro modo, por que motivo milhares de pessoas correriam quarenta e dois quilômetros?"

"Para falar a verdade, estou meio interessado em tentar um triatlo completo, como a competição do ironman, mas se chegasse a esse ponto receio que o treinamento iria (decididamente) tomar uma parte tão grande do meu tempo que acabaria interferindo em meu verdadeiro trabalho..."

"Conheci muita gente por intermédio da corrida, o que tem sido um de seus verdadeiros prazeres. E muitas pessoas têm me ajudado e me encorajado."

Se você se interessou por esse livro, deixe um comentário com o seu mail, para que o contato inicial possa ser feito, assim evitamos a exposição do endereço de sua residência...eu enviarei o livro para a primeira  pessoa a comentar o post, sem custo algum.

Após ler o livro, você se compromete a enviá-lo para a pessoa que comentou logo abaixo de você nesse post, arcando você dessa vez com os custos da postagem, fazendo o contato com a pessoa para saber para qual endereço você deverá enviar o livro. Se você for a última pessoa na lista dos comentários, envie para quem desejar, ou fique com você, só me informe para eu fechar os comentários no post.

Os correios possuem uma forma de envio de livros pouco divulgada, pois é bem mais barato que PAC e SEDEX, e possui preço único para qualquer endereço no território nacional. Chama-se IMPRESSO, e o preço é de acordo com o peso da remessa.

O IMPRESSO não possui número de rastreamento pelo site dos correios, para isso, entra em questão outro serviço dos correios, chamado registro módico, que nos valores de hoje, custa R$ 1,40.

Então basta você embalar o livro num envelope, e nos correios dizer que quer enviar pela modalidade de  IMPRESSO COM REGISTRO MÓDICO. Você precisará escrever isso (IMPRESSO - REGISTRO MÓDICO) no envelope, no mesmo lado onde está o destinatário. Já enviei diversos livros dessa forma, e aprendi isso nos sebos que frequento, podem confiar.

Agradeço a Elis por ter compartilhado esse livro comigo, agora ele vai servir para outras pessoas. Tenho observado que quanto mais livros compartilhamos, mas livros recebemos...algo bem semelhante com o amor...quanto mais se divide, mais se multiplica.

Torço para que essa dinâmica dê certo, e tenhamos muitos livros correndo por ai. Boa leitura!

PS: Não necessariamente os livros aqui compartilhados serão sobre corridas.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O Colecionador

Já colecionei muitas coisas nessa vida.

Com os quilômetros corridos, vamos abrindo mão do apego às coisas materiais...afinal, deixaremos tudo aqui na terra.

Contudo, hoje ainda coleciono duas coisas:

- imãs de geladeiras: dos lugares que visito, e também dos lugares que os amigos visitam,  e que sempre peço para trazerem um imã para mim, caso ainda não tenha um exemplar da localidade visitada. Mayumi, Miguel, Marildo, Marcelle (um salve para os que começam com M! Falta Marinês e Meire nessa lista) e tantos outros amigos que enchem minha geladeira de vida.

- livros ruins: adoro ler, e quando termino um bom livro, passo-o logo adiante. Se me fez bem, torço para que também o faça a outras pessoas. Não faz sentido ficar com um tesouro absorvendo poeira na estante, se dificilmente irei lê-lo novamente. Daí, ele poderá levar a felicidade para outras pessoas. Os ruins, eu guardo. Ao ler um bom livro, já penso em quem poderei presentear.

E com a ideia genial do Miguel de colocar os livros para correr, irei usar este espaço para colocar uns exemplares para rodar. Como viajo pouco, meu aeroporto será também esse blog.

Aguardem que vem coisa boa por ai.

O poeta Moa coleciona benquerenças, um dia chegaremos lá. São de sua autoria os versinhos abaixo:


Pra ver o mundo de cima,
da memória não me sai,
torre alguma se aproxima
do cangote de meu pai.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Maratona de Búzios 2011

Foi um final de semana incrível, na companhia da minha família e dos amigos de Recife - Júlio, Chris, e profexôrrr (no autêntico sotaque carioca) Ésio. Miguel está correto em sua tese, 'o corredor que não conhece Júlio Cordeiro precisa rever seus conceitos'. Vou além, e digo ser imprescindível conhecer também a Chris, esse casal é FPC.

Dias antes da prova, havia postado no facebook que enquanto os amigos correm em NY (mesma data da prova de Búzios), os probes se contentam com Búzios. Teve gente (que eu nem conheço) que não entendeu o jogo das palavras e veio com tudo pra cima do pobre aqui. Não deve saber que para correr em NY precisa ser sorteado na loteria, ou gastar $$ com as agências oficiais, enquanto em Búzios não se precisa ganhar na loteria para correr...enfim, página virada, facebook agora é apenas para promoções e para os amigos verdadeiros.

Na véspera da prova, praia. A água estava agradável Júlio, você precisa conhecer quando ela está realmente gelada! Mas nada se compara à temperatura do mar do Nordeste. Enquanto o cabra se hidratava na areia, eu me divertia no mar com a filhota. Lampião se retorceu na tumba com um cabra de Tabira com medo de água fria.


Chegou o dia, e cedo já estávamos no local da largada. O começo na rua das pedras é perigoso, pelo desnível do calçamento.



Após a largada, chegamos na primeira praia do percurso em menos de 500m, e logo ali a estátua de Brigitte Bardot saudava os aventureiros.


No km 2, uma subida íngrime já fazia muita gente caminhar, não quis bancar o durão e queimar cartucho logo na saída, de modo que aderi à caminhada, lá em cima, o visual já era bacana.



Após tanto sobe e desce só em paralelepípedo, e vendo praias somente de longe, eis que chega a hora de um contato mais de perto, era a praia da ferradura.


Saindo da praia, o primeiro ponto de troca do revezamento, e uma boa subida e trechos  em trilha, e o visual de lascar.








Mais um trecho de praia, dessa vez pelas areias de Geribá. Ali seria meu fim de linha. Passei mal, estômago embrulhado, e muita dor de cabeça. Mas ainda não podia desistir, pois sabia que minha filha me esperava no final dessa praia. Fui lutando contra os pensamentos negativos, e consegui retomar o ritmo. O final da praia compensou.


Falei para ela que só iria um pouquinho mais a frente, o próximo ponto de troca do revezamento estava a 3km dali, e poderia ir estudando se valeria a pena continuar, ou fecharia nos 21kms. Parei no posto de hidratação, e no melhor estilo Paulo Picanha, tomei tudo que tinha direito.

Mais um trechinho chato de ruas e asfalto, até chegar na praia de Tucuns. No final dela, seria os 21kms. Praia praticamente deserta e selvagem, bonita demais, no final dela via a movimentação das trocas das equipes em revezamento, bem como a beleza da mata que iria adentrar, mas o corpo pedia socorro. Não conseguia um ritmo razoável, com dígito começando em 6, as dores voltaram.




Nesse cenário paradisíaco, lembrei-me do amigo Felipe de Souto. Vinha do mar um vento muito agradável, eram as virgens de afrodite bafejando ânimo para me levantar. Imaginei a chegada triunfal, num pórtico repleto de virgens tchecas, mas não foi suficiente. Hora de parar e voltar. Lembrei também do Namiuti, afinal, desistir no meio de uma maratona é de lascar.

Não valeria a pena, nas condições que eu estava, prosseguir e maltratar o corpo e concluir no sofrimento. Corridas tem todos finais de semana, mas o corpo e a saúde são uma só. E se não for para chegar inteiro, não vale o esforço. Nem todos pensam assim, preferem chegar nem que seja rastejando, mas eu fiquei feliz com a escolha.



A única certeza é que voltarei ano que vem para conhecer o restante do percurso, que segundo as informações que tive, são muito piores que a primeira perna. Torcendo para ocorrer uma invasão Baleias. Lula já está agregando ACORJA para vir, falta Miguel fazer sua parte.

Cabra, obrigado pela linda camisa e pelos doces que adoro do Recife. A blusa tem poderes premonitórios, e usarei após completar os 50km de Friburgo, em Maio.

Agradeço a todos que passaram por aqui, e lembraram de mim nesse fim de semana tão especial. Valeu!