terça-feira, 26 de julho de 2011

Capitu é Baleias

Como assim? Dissimulada, mau caráter, adúltera...isso não é Baleias.

Tudo o que sabemos sobre Capitu é contado pela ótica do seu ex-marido, o Dr. Bento Santiago, na Obra Dom Casmurro, de Machado de Assis.

Mas em todo julgamento, é preciso ouvir ambas as partes. Capitu vem de além-túmulo, através de Domício Proença Filho, narrar suas memórias póstumas. Com o livro: "Capitu Memórias Póstumas", o autor faz uma nova leitura da obra prima de Machado de Assis, dessa vez tendo Capitu como narradora. É obra prima também! Será mesmo que ela traiu o marido com o melhor amigo? Leiam a sua versão dos fatos.


Só um profundo conhecedor do universo de Machado de Assis poderia por termo a esse mistério e dissecar com propriedade a personalidade perturbada de Bentinho. Vejam uma entrevista dele aqui no pograma do Jô, e uma outra também aqui.  Eu li Dom Casmurro para o vestibular, e tive que relê-lo para recordar e também compreender a versão dos fatos de Capitu. Recomendo ler ou reler Dom Casmurro antes de Capitu.

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Como viajo pouco, minha maneira de fazer a literatura correr no projeto Baleias é enviando os livros diretamente aos amigos através dos correios. Deixarei a dica para o envio ficar barato, faço isso há anos.  

Ao mandarem livros pelos correios, digam no guichê que querem enviar na modalidade IMPRESSO, e peçam o registro módico. O impresso é o melhor serviço (mais barato) para enviar livros, fica bem em conta, porém esse serviço não possui rastreamento pelo site dos correios. O registro módico é exatamente para o rastreio, e custa muito pouco também .

Eu consegui esse livro no site trocandolivros. Recomendo quem não conhece, trocar seus livros por ali, tem muita coisa boa. E no estantevirtual também tem ele para vender.

Capitu chegará em breve nas mão de Elis, e depois seguirá para Miguel Delgado, e daí para o mundo. Já está com a super etiqueta do projeto. Acho pouco provável que o nosso imortal (Ivo Cantor) da Academia Baleias de Letras não conheça essa obra, pois o Ivo é do ramo. Miguel, se o nosso número 1 da ABL não tiver lido, manda pra ele.

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Depois me digam se Capitu não era uma autêntica Baleias.

Por fim, assim como Machado de Assis fazia, adiando sempre o clímax de um capítulo para o capítulo seguinte, deixarei para um outro post o por quê de Miguel Gordo Delgado me chamar de Dom Casmurro. 

Boas Leituras! E coloquem livros para correr.

sábado, 23 de julho de 2011

Treinamento para Xerpa - Episódio III: Batemos na trave

Para os que não conhecem esse desafio, deem uma lida no Ep. I e no Ep. II.

Depois de quase um ano do início dessa aventura, nada como retomá-la. O Xerpa genuíno, monta acampamento no meio da escalada, e segue no dia seguinte, a partir do ponto parado. Nós, Xerpas made in Taiwan, começamos do zero a cada nova aventura, e isso é muito mais desgastante, não obstante muito mais prazeroso.

Com meu sogro ainda não totalmente recuperado para às corridas, convideio-o para uma caminhada despretenciosa. Na verdade, eu queria companhia para chegar em um ponto da trilha chamada 'casa do bambuzal'. Já cheguei perto da casa algumas vezes, mas a mata fechada e barulhos estranhos de onça caminhando, me fizeram ter medo de seguir por ali sozinho doutras vezes. Ele aceitou.

Saímos por volta das 14h, jeito de chuva, e a prudência não recomendava entrar em trilha naquelas condições. Mas somos imprudentes e também 100 juízo honorário.

Levei a máquina, mas por algum motivo ela não quis tirar fotos. Quando digo que ali é assombrado, ninguém acredita. Chegamos na primeira porteira (final do trecho IV) com 1h10 de caminhada, e na casa do bambuzal com 1h25. Para minha surpresa, um novo marco foi ali fincado, pois na casa do bambuzal existe uma segunda porteira na estrada. E até ela, a corrida é plausível (pouco abaixo do km 8).


Decidimos ir a frente, conhecendo um pouco mais da mata, rumo a rampa de voo livre. Dali em diante, é alternar corrida e caminhada. O visual é de deslumbrar! Pena mesmo a máquina não registrar. Num determinado ponto, havia uma bifurcação que tínhamos que decidir por onde rumar. Nosso norte eram os pneus de motos, que fazem trilha na região, e optamos por ir com eles. Infelizmente, eles nos levaram para muito abaixo da rampa. Então já sabemos para onde ir da próxima vez!

Por mais que eu tente descrever e mostrar por imagens essa aventura, tudo isso será um pálido reflexo do que vivemos e sentimos para chegar nesse cume. Ele está muito próximo! Não o vimos pelas condições climáticas, mas o ponto onde saímos da trilha é do nosso conhecimento, no bairro da serra do sambê. É o tal trecho pavimentado que leva à rampa de voo, mas ainda tem que subir um bocado a partir dali.

Vejamos o que nos espera o outro caminho da bifurcação, dessa vez com a máquina funcionando.

Não vamos errar muito na altimetria, meu chute inicial era de 700m, e devo errar por pouco, espero.

Aguardem o próximo episódio, Oxalá ele seja a conquista do morro.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

III - Maratona do Rio de Janeiro 2011

Começo esse relato com a primeira de uma série de constatações: Maratona sem Picanha é igual churrasco de alcatra...é bom mais não tem graça. Paulo Picanha esteve presente nas minhas duas maratonas anteriores, e em ambas fizemos uma bela disputa. Em PoA(2010), ele perdeu. No RJ(2010), ele venceu por pouco, pela caridade que fiz com Wu, optanto por não humilhá-lo já no nosso primeiro encontro na bela distância. Picanha, fico feliz ao vê-lo de volta às corridas, na certeza que em breve teremos grandes disputas. Enquanto isso não ocorre, vou atrás do seu record no ranking do Júlio, pois não posso dar mole de deixar você na minha frente ali. 3:52:27 vai ser osso, mas eu vou te buscar.

A segunda, maratona são muitas disputas em uma. A principal, mente x corpo. E dessa disputa eu sigo com a sensacional definição de Miguel Delgado: "Maratonas se corre com a cabeça, treinamos o corpo para ele não atrapalhar muito". Além dessa disputa, a diversão de percorrer os 42km estão nas disputas com os amigos. E nesse quesito, a maratona do Rio 2011 foi muito proveitosa. Senão vejamos:

Dei o troco no camarada Namiuti, que na versão 2010 me esculachou. Ele também esteve presente em todas minhas participações em maratonas, e desempatei o placar para 2x1. Seguimos juntos por quase todo trecho monótono do recreio a barra, e ali ele largou o pelotão. Curioso que eu já não o via no horizonte,  e já tinha aceitado a derrota, mas assim como o futebol, a maratona é uma caixinha de surpresas. Por um capricho 'natural', ultrapasseio-o sem me dar conta, e só soube da vitória lendo seu relato. Valeu por tudo camarada, e que venha nova revanche. Não amarele para Búzios.

Miguel Delgado também amargou uma derrota, e empatamos o placar no RJ. Ele está numa momentânea fase não competitiva, mas não está aguentando tanta gozação dos companheiros. Rumores existem que ele volta com tudo em breve, prometendo acabar com a euforia de Wu.

Graças ao Marcos (bonitão), foi possível vencer Meire. Só assim, com caridade e despreendimento da querida amiga de BH, para vencê-la. Meire, você arrebentou ajudando o Marcos em sua estréia, mas terá que amargar para a eternidade a única derrota para mim na sua carreira. Já me sinto realizado.

Também cometi a façanha (primeira e única) de vencer Ênio Japa, essa ficará para a história e para os anais do pedestrianismo. E o xará, grande amigo e companheiro de aventuras, amargou a primeira derrota. Com esse a disputa promete grandes emoções no futuro.

Mas o mundo não é só alegrias e festas...perdi novamente para Guilherme Maio, que mesmo não gostando, fez uma grande prova. Só um capricho do universo para vencê-lo novamente. E Wu, merece um parágrafo a parte, mas vamos à prova.

Como no ano passado, os prolegômenos ficam a cargo do excelente relato do Namiuti (ou Ney, como preferir). Já deixo aqui registrado que para termos sucesso  nessa maratona, teremos que abrir mão do "showdízio" da véspera, e consequentemente, do rondeli de prestígio.

Na largada sai na companhia do xará, mas quando, assim que passamos no pórtico, ele  reduziu para bater na mão do Marílson, eu já sabia que ele iria perder. Era muita energia para sua carcaça. Por isso, sabiamente, optei por não saudar o grande campeão. Fizemos a volta de apresentação (à Ivo Cantor) e avistei um mini pelotão Baleias, formado por Miguel, Marinês e Ênio. Cheguei fazendo festa no pelote, mas, como diz a Verônica, o pace do pelotão estava muito "jogo de damas" (quando a coisa está monótona, como o jogo de tabuleiro), cheguei com pace mais forte e optei por mantê-lo e perder a festa da companhia do gordo no infinito retão do recreio à barra. Nesse ponto o xará já sentiu o baque da palminha no Marílson e ficou para trás.

Bati papo com dois corredores de SP, um estreiante na distância, e se deslumbrando com o percurso e o calor ainda na reserva. Não quis desanimá-lo logo no início, mas disse que o que vinha pela frente seria muito melhor, tanto em beleza quanto em calor. Ficou para trás. E o segundo paulista, já me perguntava onde seria bom pegar ônibus para chegar ao Flamengo, pois vinha da maratona de SP, e não conseguiria completar. Disse que o melhor seria no Leblon (sacanagem, só para ele ter que subir a Niemeyer). E que seria em torno do km 29. Soltou um palavrão. Nesse ponto o Namiuti encosta, dizendo que eu estava com ritmo muito inconstante. Seguimos juntos até quase à barra. Ali ele abriu cerca de 100m na subida do primeiro elevado e não mais o vi até a chegada. Mais uma derrota, pensei.

No primeiro túnel, a alegria de ver Meire e Marcos, correndo juntos...ah o amor! Na saída do túnel, a alegria de passar por Hideaki caminhando (ainda ganharei dele um dia, com sua técnica matadora após o km 33), e seguir com ele até a entrada de São Conrado, passando antes pelo espetáculo do túnel da light. Se no ano passado foi emocionante o jogo de luz, neste ano eles passaram dos limites. Só quem passou ali é capaz de saber. O que eles nos reservam para o próximo ano? Ali encontrei o grande treinador Branca, esperando seus alunos. Chamei-o, ganhei um abraço, tirou uma foto, perguntou se precisava de algo, e me desejou uma excelente chegada. Pessoas como ele fazem a diferença! Vi-o ajudando tanta gente no percurso, anônimos, que não são seus alunos, mas isso não importa para ele. Mandei por ele lembranças à Mayumi. Consiga a foto para mim tá Mayumi?

Niemeyer a frente, e estava preparado para ela, que foi o começo da derrota no ano passado. Reduzi o passo e subi sem caminhar, passando muitos caminhantes, dentre os ilustres, Eduardo Bustamante, que por ter esquecido o chip no carro, não terá a honra de ter perdido de mim, pois os auditores não conseguirão evidenciar sua derrota.

Chegada ao Leblon e depois Ipanema, e esse trecho eu gosto. O povo estava animado (coisa rara no RJ) e a campanha da olympikus levou o povo pra rua, com dizeres muito legais. Foi uma grande sacada. Preciso ver Copacabana como a princesinha do mar. Ali foi sempre difícil, e dessa vez não foi diferente. A começar pelo isotônico, que me embrulhou o estômago e por pouco não me faz vomitar. Tive que dar a primeira caminhada por isso, e foi o precedente para novas caminhadas nesse trecho que não entendo sua mística de me fazer andar. Tentei de tudo para me distrair e passar logo por ele, mas nada adiantava, e para piorar, o number two dava claro sinais que estava na área, algo comparado a cabeça da tartaruga a sair do casco, manja?

Com uma trégua momentânea do two, saquei o mp3 e me embalei na lembrança dos amigos. 'I will survive' foi a primeira da lista aleatória, e era a mensagem que eu precisava, eu iria sobreviver, apesar de tudo! Marli, valeu mais uma vez. Ainda em Copa, segue 'School', e eu queria o pace do Regis junto com a música, mas como seu início é bem "jogo de damas", aproveitei para caminhar, e na hora que ela animou, fui firme, até encontrar o Pinguim quebradinho e caminhando também. Gritei, ele bateu foto, e ao ver o manto coral, disse que Wu estava caminhando logo ali na frente. Foi uma injeção em ambos, ele para fotografar o momento da ultrapasagem, e eu para repetir a dose de 2010. Isso já era quase na virada para a Princesa Izabel e fim da orla. Ali entrou 'Changes', e eu sabia que o Guilherme já deveria ter chegado. Amarguei a derrota. Na saída do túnel, 'burning heart'. Silvio acertou em cheio, não apenas o coração. mas tudo estava fervendo. Em seguida, no curvão de botafogo, entra 'dancing with myself', não dancei, mas caminhei um bocado com a Jacke na lembrança e sorri para todos, como ela. No ponto onde encontrei Wu caminhando no ano passado entra 'Wherever I May Roam', xinguei Felipe e todas as gerações! Nada de Wu aparecer! Eu não tinha condições para o pace dessa música...mas Felipe, você não tem culpa, eu gosto é disso mesmo! Já dava para ver o pórtico, e dessa vez já sabia que a Júlia não estaria ali para a tradicional foto da chegada. Passo na placa do 42k, vibro como nunca, para abrir o sorriso e percorrer os 195m mais emocionantes da história. É muito bom tudo isso, e cruzo a meta com a música do Gilmar, 'just the way you are'.

A última constatação, deixo para o final, pois é quebra de paradigma na preparação para maratona. Meus maiores treinos longos foram apenas 2 de 20km! Isso é Ironguides. Terminei bem, com 4:h40', bem abaixo do ano passado. 2012 promete ser A maratona do RJ para mim, preciso vencer Copacabana, e a preparação mental para tal já começou.

Na chegada, revi amigos, ouvi lindas histórias e fui embora feliz para casa, para abraçar a família.

Até a próxima.

RJ, 17 de julho de 2011

sábado, 9 de julho de 2011

Für Elis

Plágio descarado de Beethoven. Mas a mais nova carioca merece sentir o gostinho de um monte bom como esse, que a espera ansioso por ser conquistado. Esse é "Para Elis" ter água na boca.


O último longo para a maratona seria um treino de 90 minutos. Como precisava me despedir momentâneamente do meu habitat montanhês, para encarar no próximo domingo os 42km de asfalto da bela orla carioca, decidi ver até onde conseguiria subir em 45 minutos.

Para minha surpresa e felicidade, cheguei muito perto da porteira aos 45', ou o final do trecho IV. Quem não entende isso, veja aqui. Acabei indo até a porteira em 48'. Fiz uma experiência de um substituto para  gel, para o caso de enjoar daquele assaí com guaraná... mariola e paçoca, aprovado. Melhor ainda que não precisa de água para diluir. Levarei para eventuais emergências.

Nos últimos 4km do treino, já ao nível do mar, saquei o ipod com a lista que os amigos sugeriram e foi emocionante lembrar de vocês nessa reta final. Muito obrigado a todos que deixaram ali sua história. Coloquei no aleatório e eis o que caiu:

- Happy Togheter. Valeu Namiuti!! Apertei o passo, pensando em lhe deixar uma poeira na Niemayer. Te aguardo camarada, vou te oferecer rondeli de prestígio.

- Wherever I May Roam. Essa não tem como não voar, é muita porrada na cabeça. Felipe, você é dos meus! Lembrei de você no Cindacta! Aquilo é história e poesia. Muito obrigado por sua amizade e generosidade.

- Poker Face. Dica da super Mari. Sua garra e sua história me dão forças. Valeu!

- Just the way you are. Gilmar meu amigo, digo que me emocionei. Lembrei do seu sorriso (when you smile),  da sua simpatia e chorei por sua dor. Força ai meu amigo, tudo passa e não demora estaremos maratonando pelo mundo.

- I will survive. Marli!! Peço desculpa por colocar uma versão menos escandalosa dessa canção. Eu gosto da banda Cake, e coloquei a versão deles. Foi para fechar com chave de ouro esse treinão. Espero conhecê-la em Londrina.

Agora é esperar...controlar ansiedade e ter muita história para contar na semana que vem. Que venham os 42km do Rio. Até lá.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Distúrbio na Força

Definitivamente, ainda não tenho anticorpos Baleias. Como diria o mestre Yoda, "um distúrbio na força eu sentir".

Após saborear uma mortadela esbranquiçada, quase com anemia, seguida de costelinha de porco, o mundo veio abaixo. Uma semana de vida de planta, só no vaso. Para quem quiser se arriscar, uma excelente dieta de emagrecimento, foram 3 kg que ficaram para trás em uma semana. Estou fininho, podem acreditar. Miss simpatia, fica a dica.

Isso tudo na véspera de maratona, onde estava planejado o treino mais longo, que foi WO por motivo de força maior.

Ontem voltei a trotar após 9 dias parado, e consegui correr 20km, o que não foi nada mal.

RJ será diversão, vou ser café com leite, não disputo com ninguém. Mas quem perder pro cagão vai ter que me engolir. Não será dessa vez que entrarei no ranking do Júlio também.

Preciso fazer um estágio em BH. Tropeiro, polenta, torresmo, tutu, para ganhar anticorpos.

É isso, tenho dito. Amanhã é meu niver, e vou no sapatinho, sem exagero, prometo. Vida de Padawan que segue.