Valeu cada gota de suor. Ao completá-la no ano passado, considerei-a a prova mais difícil do meu humilde currículo esportivo. Após concluí-la novamente no dia de ontem, continuo com a mesma opinião.
A sorte que o tempo foi amigo, nublado total. Se o sol viesse conforme meu desejo, o estrago seria maior.
Encontrar os amigos é o auge da festa. Não há coisa melhor. Logo na largada foram muitos. Satisfação em encontrar o Renato e o Lino e saber que seu filho já esta no meio das corridas e enfrentando uma prova difícil. Leo Hacidume, obrigado pelo presente direto da Liberdade e Paulo Massa pela agradável companhia, dessa vez longe do campo de golfe rsrs.
Antes da largada encontrei minha dupla de coelhos (Ricardo e Eduardo) da falecida(?) Araribóia Runners. Como os caras estão no auge, treinando para a maratona de Buenos Aires, ali seria garantia de fazer uma boa prova.
Fui com o Eduardo até Ipanema, dali não tive pernas para seguí-lo. O Ricardo ficou para trás na descida da Niemeyer em virtude do trânsito. Meu calvário começou no km 7. Cãimbra danada na sola do pé. Foi o preço de começar num ritmo forte. Preciso aprender a dosar nos primeiros 10k e acelerar no restante. Dali em diante, fui forçado a parar para caminhar em todos os postos de abastecimento (7,10, 12, 15, 18 e 20). Não sentia a sola do pé, parecia que pisava em nuvem.
A estratégia de tomar gel no km 9 e 16 foi pro saco. Estava com o copo na mão, esperando o momento certo, quando uma corredora, passando mal ao meu lado, solicitou o copo. Fiz a caridade, e só fui mandar o gel no km 10. Nesse momento, estava com 56 minutos de prova, ainda dava para beliscar o sub-2h.
Ao contrário do que sempre acontece, dessa vez a população estava participativa, e torcendo muito, coisa estranha no RJ. Acaba a moleza do vento da orla e passamos para a caldeira da princesa Isabelel. Ali re-encontro o Ricardo, bem mais inteiro do que eu. Já via qua não daria para baixar o record pessoal, então o objetivo passou a ser apenas completar.
O Aterro é mortal, a temida volta derruba mesmo o cara que vem desmotivado. Tive o prazer de encontrar um membro dos Baleias, de BH, no início da grande reta, em torno do km 16. Saudei-o e ainda fui contemplado com um elogio (você está garoto, parte em frente). Mal sabia o amigo que estava sem pernas. Aquela chegada no MAM que nunca chega... passo o Caveira de Camaçari, sou ultrapassado pela onça (aquela mesma da SS, Mayumi), e as figuras folclóricas de sempre começam a aparecer.
Faço o retorno, e no mesmo ponto do ano passado, onde reboco o Marco Campelo quebradão, encontro o Guilherme Maio, desmotivado e caminhando. (Esse ponto tem que ser batizado como reta da quebradeira). Tive o prazer de correr alguns metros na sua companhia, e lhe sugerir uma tangente, mais o cara, como fênix, sai das cinzas e me deixa na poeira. Ainda dou mais uma caminhadinha para saborear a última água, antes de chegar, feliz da vida, para mais uma vitória. Com direito a sprint final e muitas ultrapassagens. Tempo final, ultra conservador de 02:14:49 (melhor pouca coisa que o do ano passado).
A Yescom foi impecável. O ponto negativo sempre será a largada tarde por causa da Globo.
Ano que vem prometi a mim mesmo uma preparação especial para essa prova. Ainda mais por que várias estrelas da blogosfera já confirmaram presença. Esperamos todos aqui.